terça-feira, 25 de setembro de 2012
Dia do Rádio
25 de setembro
O ator Ewan McGregor trabalhou em um filme - "O principal suspeito" -, no qual interpreta um rapaz que vai trabalhar como vigia noturno de um necrotério.
Em uma determinada cena, o antigo funcionário começa a lhe falar do serviço e, então, dá ao rapaz um conselho, em tom sério: "Filho, traga sempre um rádio".
O jovem dá de ombros e diz que irá aproveitar o tempo acordado durante a madrugada para estudar.
O velho olha firme em seus olhos e repete enfático a sugestão: "Traga um rádio".
Passada esta cena, o rapaz já aparece na cabine de vigilância estudando e demonstrando reações mínimas de medo diante da escuridão e do silêncio do lugar.
Parado, olhando para o nada, de repente ele se toca e rapidamente liga um rádio. Segundos depois, a expressão de medo vai mudando, ele começa a sorrir e volta a ler seu livro tranqüilamente.
A situação em si não tem a menor importância na história nem no desenrolar do filme, mas mostra com muita propriedade a característica principal do rádio, que é a de fazer companhia, estar bem próximo, como um amigo, um anjo da guarda a nos acalmar das tensões e receios infantis. Dos veículos de comunicação que conhecemos, o rádio é hoje o mais íntimo e o que proporciona sensação maior de proximidade.
Quem inventou?
A história assinala o italiano Guglielmo Marconi como o inventor do rádio. E pela questão da data de registro da patente é mesmo justo que assim o seja. É fato.
Mas a história também cogita que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, teria sido o primeiro a transmitir a voz humana sem auxílio de fios. A patente para o seu invento, no entanto, só foi conseguida depois que Marconi já havia patenteado sua invenção.
Mas vamos por partes, para entender melhor: em 1896, Marconi obtém do governo da Itália a primeira patente para o seu "Telégrafo sem fio" e neste mesmo ano viaja para a Inglaterra, onde faz uma demonstração do aparelho: é bem sucedido ao efetuar uma transmissão do terraço do English Telegraphy Office para a colina de Salisbury. Comprova, assim, a viabilidade do sistema.
Em 1894, Padre Landell havia desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do Bairro de Santana para os altos da Av. Paulista, em São Paulo. Um imprevisto histórico, no entanto, atrasa o reconhecimento das autoridades às suas investigações científicas. Fanáticos religiosos, que atribuíam ao padre conluios com o demônio, destroem os equipamentos e as anotações do cientista.
Por conta disso, só em 1900 (portanto, depois de Marconi) é que Landell concretiza uma demonstração pública de seu invento. De qualquer forma, ambos, Marconi e Landell, contribuíram positivamente para o avanço tecnológico no mundo.
Passo a passo
Uma invenção não é uma idéia que aparece assim, de repente e ao acaso, na cabeça de um único homem. No decorrer da história, percebemos que um espírito do tempo paira sobre as mentes de determinadas pessoas, que coincidentemente acabam procurando investigar a mesma coisa.
Farejam algo, vão na direção de algo que parece precisar ser mais digerido, ficar maduro: pronto para a descoberta, aperfeiçoamento ou retoque final.
Com o rádio não foi diferente.
Até Guglielmo Marconi fazer a emissão da letra S por um Telégrafo sem fio, muitas observações, deduções e descobertas foram sendo reveladas aos homens por esses adoráveis curiosos: os cientistas.
Veja na tabela abaixo como uma idéia vai sendo elaborada aos poucos pela razão humana:
Michael Faraday - 1831 Descobre o princípio da indução eletromagnética.
Joseph Henry - 1842 Realiza experimentos com descargas elétricas.
James Clark Maxwell - 1865 Presume que um movimento ondulatório se propaga de um campo indutor ao induzido através do éter.
Maxwell - 1876 Teoriza que a velocidade de propagação do campo magnético é igual à velocidade da luz e que esta, portanto, seria uma onda eletromagnética.
David E. Hughes - 1879 Observa uma limalha de ferro em um tubo de vidro se tornar condutora na presença de uma descarga elétrica. Incerto da descoberta, não a publicou.
Edouard Branly - 1880 Anuncia a invenção de seu revelador de ondas (cohesor), composto de limalha de ferro entre dois condutores, dentro de um tubo de vidro.
Graham Bell e William H. Preece - 1882 Transmitem sinais telegráficos através da água do mar, entre a Inglaterra e a ilha de Wight.
Heinrich Rudolph Hertz - 1887 Comprova a teoria de Maxwel de que as ondas eletromagnéticas se propagam através do éter na mesma velocidade da luz.
Preece - 1892 Envia sinais telegráficos através do Canal de Bristol.
Joseph Oliver Lodge - 1894 Repete as provas de Hertz, usando o "cohesor" de Branly como detector.
Alexander Stepanovitch Popov - 1895 Constrói um aparelho receptor para detectar distúrbios elétricos atmosféricos.
Guglielmo Marconi - 1896 Transmissão de sinais do Telégrafo sem fio, no terraço do "English Telegraphy Office", em Código Morse.
Após essa data histórica, outras tantas colaborações foram se inserindo na cadeia do pensamento que levou ao formato rádio, como o conhecemos hoje.
O telégrafo sem fio foi não o pontapé inicial, mas o principal passo.
Início do rádio: no Brasil e no mundo
O impulso para o desenvolvimento do rádio no mundo se deu por conta da disputa de novos mercados para a produção industrial em expansão, após a Primeira Grande Guerra. Mas não só a concorrência entre as nações propiciou seu crescimento. A salvaguarda da vida no mar foi outro fator importante para que investimentos fossem aplicados na evolução do novo veículo.
Das interferências e ruídos dos primeiros aparelhos de rádio, pesados, enormes e à válvula, aos pequenos, leves e modernos rádios de transistores, que qualquer um leva preso à cintura, enquanto faz o seu cooper, muita pesquisa e empenho foi necessário.
No Brasil, a primeira transmissão radiofônica aconteceu no dia sete de setembro de 1922, em um evento de comemoração pelo aniversário de 100 anos da independência. Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado e, além de música, emitiu o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa.
Em 1923, foi fundada por Roquete Pinto a primeira emissora de rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
Fases do rádio no Brasil
O ator Ewan McGregor trabalhou em um filme - "O principal suspeito" -, no qual interpreta um rapaz que vai trabalhar como vigia noturno de um necrotério.
Em uma determinada cena, o antigo funcionário começa a lhe falar do serviço e, então, dá ao rapaz um conselho, em tom sério: "Filho, traga sempre um rádio". O jovem dá de ombros e diz que irá aproveitar o tempo acordado durante a madrugada para estudar.
O velho olha firme em seus olhos e repete enfático a sugestão: "Traga um rádio".
Passada esta cena, o rapaz já aparece na cabine de vigilância estudando e demonstrando reações mínimas de medo diante da escuridão e do silêncio do lugar.
Parado, olhando para o nada, de repente ele se toca e rapidamente liga um rádio. Segundos depois, a expressão de medo vai mudando, ele começa a sorrir e volta a ler seu livro tranqüilamente.
A situação em si não tem a menor importância na história nem no desenrolar do filme, mas mostra com muita propriedade a característica principal do rádio, que é a de fazer companhia, estar bem próximo, como um amigo, um anjo da guarda a nos acalmar das tensões e receios infantis. Dos veículos de comunicação que conhecemos, o rádio é hoje o mais íntimo e o que proporciona sensação maior de proximidade.
Fonte: www.ibge.gov.br
25 de setembro
No dia 25 de setembro, data do nascimento de Roquete Pinto - o "Pai do Rádio Brasileiro" -, comemora-se o Dia do Rádio.
Em 1923, Roquete fundou a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Era uma fase experimental do veículo, sem grandes avanços tecnológicos.
A primeira transmissão radiofônica em terras brasileiras, no entanto, já havia ocorrido no ano anterior, mais precisamente em 7 de setembro de 1922, na comemoração do centenário da independência brasileira. Na ocasião, uma estação de rádio foi instalada no Corcovado, no Rio de Janeiro, para a veiculação de músicas e do discurso do então presidente Epitácio Pessoa.
De lá para cá, muita coisa mudou: das interferências e ruídos dos primeiros aparelhos de rádio (pesados, enormes e à válvula) aos pequenos, leves e modernos rádios de transistores. A década de 1950 foi marcada pela consolidação do veículo como meio de comunicação. Em 1968, surgiram as primeiras emissoras de freqüência modulada (FM).
O inventor do rádio foi o italiano Guglielmo Marconi, que criou o seu "telégrafo sem fio", um modelo inicial que se desenvolveu até o sistema que conhecemos hoje. Em 1896, Marconi demonstrou a eficiência de seu aparelho numa transmissão na Inglaterra, do terraço do English Telegraphy Office para a colina de Salisbury. Ganhou do governo da Itália uma patente pela sua criação.
A história também cogita que um padre brasileiro, Roberto Landell de Moura, tivesse sido o inventor do rádio. Em 1894, Roberto havia desenvolvido aparelho semelhante e efetuado a emissão e recepção de sinais a uma distância de oito quilômetros, do bairro de Santana para os altos da avenida Paulista, em São Paulo.
Fanáticos religiosos, contudo, cientes de que o padre brasileiro tinha pactos com o demônio, destruíram seu aparelho e suas anotações, o que atrasou o reconhecimento de sua criação pelas autoridades científicas. Só em 1900 Roberto conseguiu fazer uma demonstração pública de seu invento.
Roquete Pinto (1884-1954)
Roquete Pinto (à direita), ao lado do compositor Pixinguinha. A radiodifusão no Brasil está associada ao nome do carioca Edgard Roquete Pinto.
Médico, antropólogo, poeta e professor, Roquete Pinto dedicou a vida à radiodifusão, tanto do ponto de vista técnico quanto no que dizia respeito à programação radiofônica.
Nascido em 25 de setembro de 1884, foi criado numa fazenda em Minas Gerais até os dez anos, retornando então com os pais ao Rio de Janeiro. Em 1912, já formado em Medicina, passou a acompanhar o sertanista Cândido Rondon em excursões ao Mato Grosso, com o objetivo e o prazer de desvendar a cultura interiorana brasileira.
O ano decisivo na vida de Roquete Pinto foi 1922. Naquele ano comemorou-se o primeiro centenário da Independência do Brasil. O Rio de Janeiro, antiga capital federal, abrigou uma grande feira internacional e recebeu a visita de empresários americanos que queriam demonstrar os avanços da radiodifusão, o grande destaque da época nos Estados Unidos.
Para demonstrar o funcionamento do novo veículo de comunicação, os americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado, onde hoje se encontra a estátua do Cristo Redentor. A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores.
A reação de Roquete Pinto àquela "sucessão de maravilhas" foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo".
A primeira emissora radiofônica
Após a experiência da primeira transmissão radiofônica no Brasil, em 1922, Roquete Pinto tentou, sem sucesso, convencer o governo federal a comprar todos os equipamentos apresentados pelos norte-americanos na Feira Internacional realizada no Rio de Janeiro.
Felizmente para as comunicações em nosso país, Roquete Pinto não desistiu e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a fazê-lo. Estavam criadas as condições que fizeram surgir a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 e comandada por Roquete Pinto.
Naqueles tempos, para ser um ouvinte era preciso cadastrar-se junto à emissora, adquirindo um equipamento para ouvir a programação em casa.
Roquete Pinto vence a batalha contra a censura
Em 1936, os aparelhos de rádio já podiam ser comprados em lojas especializadas. Nesse mesmo ano, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), cujo titular de então era Gustavo Capanema. Este comunicou que a antiga Rádio Sociedade seria incorporada ao temido Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pela censura durante o Estado Novo do presidente Getúlio Vargas.
Roquete Pinto não só ficou indignado com a proposta de incorporação ao DIP como exigiu a autonomia da emissora, com o objetivo de preservar a sua função essencialmente educativa. Roquete Pinto ganhou a disputa e até hoje a rádio MEC mantém o mesmo ideário.
Consta que ao se despedir do comando da emissora que fundara, sussurrou chorando ao ouvido da filha Beatriz: "Entrego esta rádio com a mesma emoção com que se casa uma filha".
O precursor da radiodifusão no Brasil foi também membro da Academia Brasileira de Letras e um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro.
Não acumulou riqueza. Gostava de fazer piqueniques com a família em um terreno adquirido na Barra da Tijuca e de escrever alguns pensamentos, como a definição que se segue a respeito do veículo de comunicação pelo qual tanto fez: "O rádio é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito do pobre".
Roquete Pinto faleceu em 18 de outubro de 1954.
Nas ondas do rádio
A estimativa mais conservadora dá conta de que pelo menos 95 milhões de brasileiros ouvem rádio diariamente, 90,2% dos domicílios possuem rádio, o que equivale a 38 milhões e 400 mil casas com aparelhos de rádio. Enquanto o Ministério das Comunicações divulga o registro de 3.232 emissoras de radiodifusão na atualidade, mais de 20 milhões de automóveis da frota brasileira estão sintonizados no veículo de comunicação que um dia deslumbrou Edgard Roquete Pinto, o precursor da radiodifusão no Brasil.
Aquilo não era um banheiro, e sim um laboratório, declarou à revista ISTOÉ a neta de Roquete Pinto, Vera. Ela se referia ao banheiro do apartamento do avô, no bairro carioca de Copacabana, onde ficavam amontadas, em prateleiras, as engenhocas de Roquete Pinto, tais como peças de rádio desmontadas, misturas químicas guardadas em garrafas, ferramentas, além de centenas de livros cobertos de poeira.
No dia 21 de setembro comemora-se o Dia Nacional da Radiodifusão.
Fonte: www.aticaeducacional.com.br
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