quarta-feira, 20 de março de 2013
O encontro de Elvis com Nixon
A seis dias do Natal de 1970, Elvis deixou Graceland em direção a Washington para um encontro especial e inesperado por todos. Sozinho e com nome falso de John Burroughs, embarcou num vôo comercial da American Airlines em direção a capital americana. Seu sonho: se encontrar com o diretor do Departamento de Narcóticos do FBI.
Uma vez no na Capital Federal, acomodou-se no Hotel Washington, mas soltou uma praga quando soube que só poderia ser atendido três dias depois. Era uma Sexta-feira, e pensou logo o que fazer no final de semana, já que detestava a solidão. Retornou ao aeroporto e atravessou o país até Los Angeles, a fim de buscar o guarda-costas Jerry Schilling. No avião que os trouxe de volta à capital, Elvis usou o nome de John Carpenter, seu personagem no filme Change Of Habit. Durante o vôo, Elvis escreveu uma carta ao Presidente Nixon, usando papel timbrado do própria American Airline. Na carta Elvis escreveu o seguinte:
"Prezado Sr. Presidente,
Primeiro eu gostaria de me apresentar. Sou Elvis Presley e admiro o senhor e tenho grande respeito pelo seu cargo. Falei com o vice presidente Agnew em Palm Springs há 3 semanas e manifestei a minha preocupação pelo nosso país. A cultura da droga, os elementos Hippie, a SDS, os Panteras negras, etc., não me consideram seu inimigo ou como dizem , o Establishment. Eu chamo isso de América, que eu amo. Estou e estarei à disposição para ajudar o meu país. Não tenho outro interesse ou motivo senão de ajudar o país. De modo que não desejo receber um título ou uma nomeação. Posso e poderei ser mais útil se for designado Agente Federal Independente, e poderei ajudar melhor através das minhas comunicações com gente de todas as idades. Acima de tudo, sou um entertainer, mas tudo quanto preciso são as credenciais Federais.
Estou no mesmo avião com o Senador George Murphy e nós tivemos discutindo os problemas que o nosso país enfrenta. De modo que estou hospedado no Washington Hotel, quartos 505-506-507. Tenho dois homens que trabalham comigo, chamados Jerry Schilling e Sonny West. Estou registrado com o nome de Jon Burrows. Ficarei aqui o tempo necessário para receber as credenciais de Agente federal. Fiz um estudo profundo sobre o uso de drogas e técnicas Comunistas de Lavagem cerebral e estou bem no meio de tudo isto, onde posso ser mais útil. Tenho satisfação em ajudar contanto que tudo seja mantido em confidência. O senhor pode mandar o seu pessoal ou quem quer que seja me telefonar a qualquer hora do dia ou da noite hoje ou amanhã. Fui nomeado para o ano que vem, um dos dez jovens de maior destaque da América. Vai ser em 18 de janeiro na minha cidade natal, Memphis. Estou lhe mandando uma autobiografia resumida sobre mim mesmo, para que o senhor possa compreender melhor este método. Eu gostaria muito de vê-lo só para dizer alô, se o senhor não estiver muito ocupado. Respeitosamente, Elvis Presley.
P.S.: Creio que o senhor também foi um dos dez homens de maior destaque da América. Tenho também um presente pessoal para o senhor que gostaria de lhe entregar, e o senhor pode aceitá-lo ou vou guardá-lo para o senhor até que possa recebê-lo".
Na manhã de Segunda-feira, Sonny West também chegou a Washington para juntar-se a dupla.
Enquanto isso na Casa Branca, um auxiliar de Nixon, Dwight L. Chapin, enviou um memorando, em papel timbrado da Casa Branca, ao Chefe do Gabinete Civil, H. R. Haldeman. Nesse documento, Chapin explicou a visita proposta:
"Junto segue uma carta de Elvis Presley para o presidente. Como V. S.ª Sabe, Presley apareceu aqui esta manhã solicitando um encontro com o Presidente. Diz ele saber que o presidente é um homem muito ocupado, mas que gostaria de saudá-lo e oferecer-lhe um presente. Como V. S.ª sabe, Elvis Presley foi eleito um dos dez jovens de maior destaque do ano, com base no seu trabalho no campo de drogas. O objetivo da carta de Presley é que ele quer ser nomeado Agente Federal Independente, para atuar no problema das drogas, através de sua comunicação com gente de todas as idades. Ele diz que não é membro do establisment e que o pessoal da cultura de drogas, os elementos hippie, a SDS e os panteras negras são gente com quem ele pode se comunicar.
Sugiro que façamos o seguinte: Esta manhã Bud Krogh se avistará com o Sr. Presley e falará com ele a respeito de drogas e sobre o que Presley pode fazer. Bud também vai averiguar se existe algum tipo de agente honorário ou alguma credencial que possamos entregar a Presley. É recomendável que autorizemos Bud trazer Presley durante a Hora Livre, para um rápido encontro com o presidente. Ele quer manter tudo em confidência e acho que devemos respeitar o seu pedido. Conversei com Bud Krogh a respeito desse assunto todo, e ambos somos de opinião de que não seria certo descarregar Presley em cima do vice-presidente, já que não seria necessário muito tempo do presidente e que seria muito vantajoso para o presidente estabelecer alguma aproximação com o Sr. Presley. Além do mais, se o presidente quer se avistar com alguns jovens que não sejam do governo, Elvis Presley pode ser perfeito para começar."
A visita foi aprovado e um segundo memorando foi redigido para Nixon, a fim de prepará-lo para o encontro com Elvis, onde incluía alguns pontos temáticos e sugestões sobre o que Nixon poderia dizer a Elvis.
Finalmente o encontro aconteceu, no dia 21 de dezembro de 1970, uma data memorável para o rei.
Segundo o memorando final sobre o encontro, redigido por Bud Kgroh, o encontro se passou dessa forma:
"O encontro se iniciou com tomadas de fotos do presidente e de Elvis Presley. Presley imediatamente começou a mostrar ao presidente a sua parafernália legal, inclusive distintivos da policia da Califórnia, Colorado e Tennessee. Presley disse que estivera se exibindo em Las Vegas, e o presidente respondeu que sabia como era difícil apresentar-se naquela cidade. O presidente mencionou que achava possível Presley alcançar a juventude e que era importante que Presley conservasse a sua credibilidade. Presley respondeu que fazia isto apenas cantando. Disse que não podia chegar perto dos jovens se fizesse um discurso no palco: que tinha de alcança-los à sua maneira. O presidente concordou. Presley disse que era de opinião de que os Beatles haviam sido uma força considerável para o espírito antiamericano. Disse que os Beatles tinham vindo a este país, ganho dinheiro e voltado à Inglaterra, onde lançaram um tema antiamericano. O presidente fez um gesto de assentimento e expressou certa surpresa.
Em seguida, o presidente disse que os usuários de drogas são também aqueles que estão na vanguarda do protesto antiamericano. A violência, o uso de drogas, a dissensão, os protestos parecem todos fundir-se no mesmo grupos de jovens.
Presley, muito emocionado, disse ao presidente que ´estou do seu lado´. Presley ficou repetindo que queria ser útil: que queria recuperar o respeito pela bandeira, que estava se perdendo. Mencionou que não passava de um menino pobre do Tennessee, a quem o país dera muito, e que, de certa maneira, queria pagar de volta.
Ao fim do encontro, Presley voltou a dizer ao presidente quanto o apoiava e, em seguida, num gesto surpreendente e espontâneo, pôs o braço esquerdo em volta do presidente e o abraçou. Ao sair, Presley perguntou se se importaria de receber os seus dois associados. O presidente concordou e eles entraram para apertar rapidamente a mão do presidente. Nesse encontro, o presidente lhes agradeceu os esforços e voltou a manifestar a sua preocupação com a credibilidade de Presley."
No encontro, Elvis deu de presente ao Presidente, um raríssimo Colt 45 de sua coleção particular, e é claro, saiu do encontro com o seu desejado cargo de Oficial do Órgão Federal de Combate às Drogas.
No dia 31 de dezembro do mesmo ano, o Presidente Nixon enviou a seguinte carta a Elvis:
"Prezado Sr. Presley,
Foi um prazer conhecê-lo no meu gabinete recentemente, e quero lhe dizer novamente quanto apreciei a sua bondade de me presentear com a pistola Colt 45, comemorativa da Segunda Guerra Mundial e acondicionada naquela bonita caixa de madeira. O senhor foi muito gentil de me obsequiar com esse singular presente, bem como as fotografias de sua família, e estou encantado de poder incluí-las na minha coleção de recordações especiais. Com os meus melhores votos para o senhor, a Sr.ª Presley e a sua filha Lisa, de um 1971 feliz e tranqüilo.
Sinceramente, Richard Nixon."
Fonte:elvisworld.com.br
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