quinta-feira, 28 de março de 2013

O Mão de Luva

: Programa de Cinema apresenta: Mão de Luva, de Silvio Coutinho Conta a lenda que, por volta do ano de 1780, um garimpeiro português de nome Manoel Henriques, conhecido pelo apelido de Mão de Luva, teria fugido da região aurífera de Minas Gerais e atravessado o rio Paraíba do Sul a fim de procurar ouro na região do atual município de Cantagalo. No ano de 1786, Mão de Luva e seu bando teriam sido capturados pelo Sargento-mor Pedro Afonso Galvão de São Martinho, tendo sido levado preso para Vila Rica. Durante os anos em que agiu na região, dizem que Mão de Luva teria enterrado preciosos tesouros em algumas grutas. Acredita-se que o nome da cidade de Cantagalo deve-se ao fato de que a expedição de Pedro Afonso Galvão de São Martinho, cansada de procurar Mão de Luva, teria sido levada ao local de seu acampamento devido ao canto de um galo. Há quem diga que nas proximidades da Pedra Riscada, em Nova Friburgo, teriam sido encontrados alguns tesouros escondidos por Mão de Luva. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quarta-feira, 20 de março de 2013

O encontro de Elvis com Nixon

A seis dias do Natal de 1970, Elvis deixou Graceland em direção a Washington para um encontro especial e inesperado por todos. Sozinho e com nome falso de John Burroughs, embarcou num vôo comercial da American Airlines em direção a capital americana. Seu sonho: se encontrar com o diretor do Departamento de Narcóticos do FBI. Uma vez no na Capital Federal, acomodou-se no Hotel Washington, mas soltou uma praga quando soube que só poderia ser atendido três dias depois. Era uma Sexta-feira, e pensou logo o que fazer no final de semana, já que detestava a solidão. Retornou ao aeroporto e atravessou o país até Los Angeles, a fim de buscar o guarda-costas Jerry Schilling. No avião que os trouxe de volta à capital, Elvis usou o nome de John Carpenter, seu personagem no filme Change Of Habit. Durante o vôo, Elvis escreveu uma carta ao Presidente Nixon, usando papel timbrado do própria American Airline. Na carta Elvis escreveu o seguinte: "Prezado Sr. Presidente, Primeiro eu gostaria de me apresentar. Sou Elvis Presley e admiro o senhor e tenho grande respeito pelo seu cargo. Falei com o vice presidente Agnew em Palm Springs há 3 semanas e manifestei a minha preocupação pelo nosso país. A cultura da droga, os elementos Hippie, a SDS, os Panteras negras, etc., não me consideram seu inimigo ou como dizem , o Establishment. Eu chamo isso de América, que eu amo. Estou e estarei à disposição para ajudar o meu país. Não tenho outro interesse ou motivo senão de ajudar o país. De modo que não desejo receber um título ou uma nomeação. Posso e poderei ser mais útil se for designado Agente Federal Independente, e poderei ajudar melhor através das minhas comunicações com gente de todas as idades. Acima de tudo, sou um entertainer, mas tudo quanto preciso são as credenciais Federais. Estou no mesmo avião com o Senador George Murphy e nós tivemos discutindo os problemas que o nosso país enfrenta. De modo que estou hospedado no Washington Hotel, quartos 505-506-507. Tenho dois homens que trabalham comigo, chamados Jerry Schilling e Sonny West. Estou registrado com o nome de Jon Burrows. Ficarei aqui o tempo necessário para receber as credenciais de Agente federal. Fiz um estudo profundo sobre o uso de drogas e técnicas Comunistas de Lavagem cerebral e estou bem no meio de tudo isto, onde posso ser mais útil. Tenho satisfação em ajudar contanto que tudo seja mantido em confidência. O senhor pode mandar o seu pessoal ou quem quer que seja me telefonar a qualquer hora do dia ou da noite hoje ou amanhã. Fui nomeado para o ano que vem, um dos dez jovens de maior destaque da América. Vai ser em 18 de janeiro na minha cidade natal, Memphis. Estou lhe mandando uma autobiografia resumida sobre mim mesmo, para que o senhor possa compreender melhor este método. Eu gostaria muito de vê-lo só para dizer alô, se o senhor não estiver muito ocupado. Respeitosamente, Elvis Presley. P.S.: Creio que o senhor também foi um dos dez homens de maior destaque da América. Tenho também um presente pessoal para o senhor que gostaria de lhe entregar, e o senhor pode aceitá-lo ou vou guardá-lo para o senhor até que possa recebê-lo". Na manhã de Segunda-feira, Sonny West também chegou a Washington para juntar-se a dupla. Enquanto isso na Casa Branca, um auxiliar de Nixon, Dwight L. Chapin, enviou um memorando, em papel timbrado da Casa Branca, ao Chefe do Gabinete Civil, H. R. Haldeman. Nesse documento, Chapin explicou a visita proposta: "Junto segue uma carta de Elvis Presley para o presidente. Como V. S.ª Sabe, Presley apareceu aqui esta manhã solicitando um encontro com o Presidente. Diz ele saber que o presidente é um homem muito ocupado, mas que gostaria de saudá-lo e oferecer-lhe um presente. Como V. S.ª sabe, Elvis Presley foi eleito um dos dez jovens de maior destaque do ano, com base no seu trabalho no campo de drogas. O objetivo da carta de Presley é que ele quer ser nomeado Agente Federal Independente, para atuar no problema das drogas, através de sua comunicação com gente de todas as idades. Ele diz que não é membro do establisment e que o pessoal da cultura de drogas, os elementos hippie, a SDS e os panteras negras são gente com quem ele pode se comunicar. Sugiro que façamos o seguinte: Esta manhã Bud Krogh se avistará com o Sr. Presley e falará com ele a respeito de drogas e sobre o que Presley pode fazer. Bud também vai averiguar se existe algum tipo de agente honorário ou alguma credencial que possamos entregar a Presley. É recomendável que autorizemos Bud trazer Presley durante a Hora Livre, para um rápido encontro com o presidente. Ele quer manter tudo em confidência e acho que devemos respeitar o seu pedido. Conversei com Bud Krogh a respeito desse assunto todo, e ambos somos de opinião de que não seria certo descarregar Presley em cima do vice-presidente, já que não seria necessário muito tempo do presidente e que seria muito vantajoso para o presidente estabelecer alguma aproximação com o Sr. Presley. Além do mais, se o presidente quer se avistar com alguns jovens que não sejam do governo, Elvis Presley pode ser perfeito para começar." A visita foi aprovado e um segundo memorando foi redigido para Nixon, a fim de prepará-lo para o encontro com Elvis, onde incluía alguns pontos temáticos e sugestões sobre o que Nixon poderia dizer a Elvis. Finalmente o encontro aconteceu, no dia 21 de dezembro de 1970, uma data memorável para o rei. Segundo o memorando final sobre o encontro, redigido por Bud Kgroh, o encontro se passou dessa forma: "O encontro se iniciou com tomadas de fotos do presidente e de Elvis Presley. Presley imediatamente começou a mostrar ao presidente a sua parafernália legal, inclusive distintivos da policia da Califórnia, Colorado e Tennessee. Presley disse que estivera se exibindo em Las Vegas, e o presidente respondeu que sabia como era difícil apresentar-se naquela cidade. O presidente mencionou que achava possível Presley alcançar a juventude e que era importante que Presley conservasse a sua credibilidade. Presley respondeu que fazia isto apenas cantando. Disse que não podia chegar perto dos jovens se fizesse um discurso no palco: que tinha de alcança-los à sua maneira. O presidente concordou. Presley disse que era de opinião de que os Beatles haviam sido uma força considerável para o espírito antiamericano. Disse que os Beatles tinham vindo a este país, ganho dinheiro e voltado à Inglaterra, onde lançaram um tema antiamericano. O presidente fez um gesto de assentimento e expressou certa surpresa. Em seguida, o presidente disse que os usuários de drogas são também aqueles que estão na vanguarda do protesto antiamericano. A violência, o uso de drogas, a dissensão, os protestos parecem todos fundir-se no mesmo grupos de jovens. Presley, muito emocionado, disse ao presidente que ´estou do seu lado´. Presley ficou repetindo que queria ser útil: que queria recuperar o respeito pela bandeira, que estava se perdendo. Mencionou que não passava de um menino pobre do Tennessee, a quem o país dera muito, e que, de certa maneira, queria pagar de volta. Ao fim do encontro, Presley voltou a dizer ao presidente quanto o apoiava e, em seguida, num gesto surpreendente e espontâneo, pôs o braço esquerdo em volta do presidente e o abraçou. Ao sair, Presley perguntou se se importaria de receber os seus dois associados. O presidente concordou e eles entraram para apertar rapidamente a mão do presidente. Nesse encontro, o presidente lhes agradeceu os esforços e voltou a manifestar a sua preocupação com a credibilidade de Presley." No encontro, Elvis deu de presente ao Presidente, um raríssimo Colt 45 de sua coleção particular, e é claro, saiu do encontro com o seu desejado cargo de Oficial do Órgão Federal de Combate às Drogas. No dia 31 de dezembro do mesmo ano, o Presidente Nixon enviou a seguinte carta a Elvis: "Prezado Sr. Presley, Foi um prazer conhecê-lo no meu gabinete recentemente, e quero lhe dizer novamente quanto apreciei a sua bondade de me presentear com a pistola Colt 45, comemorativa da Segunda Guerra Mundial e acondicionada naquela bonita caixa de madeira. O senhor foi muito gentil de me obsequiar com esse singular presente, bem como as fotografias de sua família, e estou encantado de poder incluí-las na minha coleção de recordações especiais. Com os meus melhores votos para o senhor, a Sr.ª Presley e a sua filha Lisa, de um 1971 feliz e tranqüilo. Sinceramente, Richard Nixon." Fonte:elvisworld.com.br

Richard Nixon

: 37º presidente dos Estados Unidos Mandato 20 de janeiro de 1969 a 9 de agosto de 1974 Vice-presidente Spiro Agnew (1969–1973) Nenhum (1973) Gerald Ford (1973–1974) Antecessor(a) Lyndon B. Johnson Sucessor(a) Gerald Ford 36º vice-presidente dos Estados Unidos Mandato 20 de janeiro de 1953 a 20 de janeiro de 1961 Antecessor(a) Alben W. Barkley Sucessor(a) Lyndon B. Johnson Senador dos Estados Unidos pela Califórnia Mandato 4 de dezembro de 1950 a 1 de janeiro de 1953 Antecessor(a) Sheridan Downey Sucessor(a) Thomas Kuchel Membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelo 12º distrito da Califórnia Mandato 3 de janeiro de 1947 a 1 de dezembro de 1950 Antecessor(a) Jerry Voorhis Sucessor(a) Patrick J. Hillings Vida Nome completo Richard Milhous Nixon Nascimento 9 de janeiro de 1913 Yorba Linda, Califórnia, Estados Unidos Falecimento 22 de abril de 1994 (81 anos) Nova Iorque, Nova Iorque, Estados Unidos Alma mater Whittier College Universidade Duke Cônjuge Pat Ryan (1940–1993) Partido Republicano Religião Quaker Profissão Advogado Assinatura Filhos Tricia Nixon Cox Julie Nixon Eisenhower Serviço militar Serviço/ramo Marinha dos Estados Unidos Anos de serviço 1942–1946 Graduação Tenente Comandante Batalhas/guerras Segunda Guerra Mundial Richard Milhous Nixon (Yorba Linda, 9 de janeiro de 1913 — Nova Iorque, 22 de abril de 1994) foi o 37° presidente dos Estados Unidos (1969-1974) e foi o único presidente a renunciar na história dos Estados Unidos. Ele foi também representante e senador pelo estado da Califórnia e 36° vice-presidente de seu país, durante o governo de Dwight Eisenhower. [editar]Biografia Nixon nasceu em uma casa que seu pai construiu em Yorba Linda, Califórnia. Filho de Francis A. Nixon e Milhous Nixon Hannah em 9 de janeiro de 1913.[1][2] Sua mãe era uma Quaker (seu pai a converteu no Metodismo depois de seu casamento), e sua educação foi marcada por observâncias conservadoras Quaker da época, tais como abster-se de dançar, álcool, e xingando. Nixon tinha quatro irmãos: Harold (1909-1933), Donald (1914-1987), Arthur (1918-1925) e Edward. (nascido em 1930).[3] O início da vida de Nixon foi marcado por dificuldades. O rancho da família Nixon faliu em 1922, e a família se mudou para Whittier, Califórnia. Em uma área com muitos Quakers, Frank Nixon abriu uma mercearia e posto de gasolina.[4] O irmão mais novo de Richard, Arthur morreu em 1925 depois de uma breve doença.[5] Com doze anos de idade, Nixon foi diagnosticado com tuberculose em seu histórico familiar, ele foi proibido de praticar esportes. [editar]Carreira Em 1953, foi eleito vice-presidente enquanto Dwight Eisenhower se elegia presidente dos Estados Unidos. Em 1960, fora derrotado pelo democrata John Kennedy na eleição presidencial, por menos de 80 mil votos de diferença e por pequena margem no Colégio Eleitoral. Persistente, voltou a candidatar-se pelo Partido Republicano em 1968, vencendo a eleição contra o democrata Hubert Humphrey. Em 1972, foi reeleito com esmagadora maioria no Colégio Eleitoral (520 votos a 17) sobre o oponente George McGovern. Nixon negociou a retirada das forças dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, aproximou o país da República Popular da China e viajou a Moscou, onde deu impulso às negociações com a União Soviética sobre a redução de armamento. Ele sempre se posicionou de forma contrária à difusão do comunismo, chamando essa ideologia de "ameaça".[6][7][8][9][10][11][12][13][14] Na política interna, Nixon travou dura luta contra a inflação, mediante o controle de preços e salários e a redução dos gastos públicos. Renunciou em 9 de agosto de 1974, em virtude do escândalo Watergate, pouco antes da votação pelo Congresso da cassação de seu mandato - o impeachment. O trauma político causado pelo episódio foi grande (tanto que os americanos acabariam por escolher na eleição seguinte Jimmy Carter, um candidato religioso e apegado a valores morais). Nixon só retornaria à vida pública americana 20 anos depois do fiasco de Watergate, ao qual está permanentemente ligada a sua declaração: "I'm not a crook" ("Eu não sou um criminoso"). Morreu no dia 22 de abril de 1994, aos 81 anos. Encontra-se sepultado na "Biblioteca e local de nascimento Richard Nixon" ( Richard Nixon Library and Birthplace), em Yorba Linda, no Condado de Orange, na Califórnia, nos Estados Unidos.[15] Um fato curioso é que o presidente Dwight Eisenhower morreu no mandato de Nixon. Eisenhower havia escolhido Nixon para ser seu candidato a vice-presidente dos Estados Unidos (ambos foram eleitos).Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 12 de março de 2013

A tradição mexicana de Santa Muerte

Por Vaas Curiosidade: A morte é encarada de forma diferente por muitas culturas. Uma delas, estranha e macabra (pelo menos para olhar) é a tradição mexicana de Santa Muerte.Ela irá visitá-lo um dia e virá representada por uma figura feminina. Também é conhecida como Dona Sebastiana, resultado de uma miscelânea de várias culturas pagãs e cristãs. Seu "culto" não é aceito pela igreja oficial, o que não impede à Santa de receber petições de boa sorte, proteção e amor, sendo pouco provável que o culto à Santa Muerte vá "morrer" em tempo breve... advivo.com.br

segunda-feira, 11 de março de 2013

Douglas Adams

Douglas Noël Adams (11 de março de 1952 - 11 de maio de 2001) foi um escritor e comediante britânico, famoso pela série de rádio, jogos e livros The Hitchhiker's Guide to the Galaxy; comumente referenciado pelas iniciais de seu nome: DNA. "Há uma teoria que indica que se alguém descobrir exatamente para que e porque o universo está aqui, o mesmo desaparecerá e será substituído imediatamente por algo ainda mais bizarro e inexplicável... Há uma outra teoria que indica que isto já aconteceu." - There is a theory which states that if anybody ever discovers exactly what the Universe is for and why it is here, it will instantly disappear and be replaced by something even more bizarre and inexplicable. There is another theory which states that this has already happened. - O Guia do Mochileiro das Galáxias "Há um momento em cada alvorecer quando a luz flutua; lá está a possibilidade de mágica. A criação prende sua respiração." Life, the Universe and Everything "O sentido disso tudo é que não há sentido em tentar enlouquecer para impedir-se de ficar louco." Life, the Universe and Everything, capítulo 2 "É um erro acreditar que é possível resolver qualquer problema importante usando batatas." Life, the Universe and Everything, capítulo 24 "Sabe-se que há um número infinito de mundos, simplesmente porque há uma quantidade de espaço infinita para que estejam dentro. Entretanto, muitos deles não são habitados. Conseqüentemente, deve haver um número finito de mundos habitados. Todo número finito dividido pela infinidade é tão próximo a nada; como não existe probabilidade de criação, assim, a população média de todos os planetas no universo pode ser dita como zero. Disto segue que a população do universo é também zero, e que alguns povos que você puder encontrar de tempos em tempos são meramente o produto da sua imaginação." - It is known that there are an infinite number of worlds, simply because there is an infinite amount of space for them to be in. However, not every one of them is inhabited. Therefore, there must be a finite... Any finite number divided by infinity is as near to nothing as makes no odds, so the average population of all the planets in the Universe can be said to be zero. From this it follows that the population of the whole Universe is also zero, and that any people you may meet from time to time are merely products of a deranged imagination - The Restaurant at the End of the Universe‎ - Página 142, de Douglas Adams - Publicado por Ballantine, 1995, ISBN 0345391810, 9780345391810 - 245 páginas "Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?" - O Guia do Mochileiro das Galáxias "Resumindo: É um fato bem conhecido que todos que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso." - O Restaurante no fim do Universo. Capítulo 28, pg. 140 - Editora Sextante, 2004 "Quando se culpa os outros, renuncia-se à capacidade de mudar." - When you blame others, you give up your power to change - Douglas Adams, conforme citado em "Chicken Soup for the Christian Teenage Soul: Stories of Faith, Love ...‎" - Página 55, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Nancy Mitchell-Autio, Kimberly Kirberger, Patty Aubery - Publicado por Health Communications, 2003, ISBN 0757300952, 9780757300950 - 400 páginas [editar]Disputadas "Odeio escrever, adoro ter escrito." - I hate writing, I love having written - atribuído a Douglas Adams, conforme citado em site The Hitchhiker's Guide to The Galaxy.Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Restos mortais de D. Pedro I são exumados para realização de pesquisa

Correio Braziliense Diario de Pernambuco - Diários Associados Ossos do imperador foram retirados de cripta em São Paulo. Foto: Valter Diogo Muniz/Divulgação Uma pesquisa realizada pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP) exumou os restos mortais de Dom Pedro I. A dissertação de mestrado de Valdirene do Carmo Ambiel busca investigar, por meio de constatações arqueológicas, a vida do imperador e suas duas esposas, D. Amélia e D. Leopoldina. A pesquisa alia história, arqueologia e tecnologia e revela importantes detalhes sobre a vida do herói da independência. Valdirene espera conseguir detalhes mais precisos das características físicas de D. Pedro I e suas duas esposas. Entre as principais descobertas estão três costelas quebradas no esqueleto de Dom Pedro I, provavelmente decorrentes de suas conhecidas quedas de cavalo. O imperador, que morreu de tuberculose em setembro de 1834, com 35 anos, teve um dos pulmões praticamente inutilizado por uma das fraturas. Também descobriu-se que ele foi enterrado como um general português, sem qualquer referência às Forças Armadas do Brasil nas vestes. O imperador morreu em Portugal. Nos restos mortais da imperatriz Leopoldina (1797-1826) não foram encontradas fraturas, o que descarta uma crença antiga de que ela tgivesse morrido ao ser empurrada de uma escada por Dom Pedro. Imperatriz Amélia está mumificada, com corpo enegrecido, porém preservado. Foto: Valter Diogo Muniz/Divulgação Mas foi a análise do corpo da imperatriz Amélia (1812-1873) que rendeu a maior surpresa. O cadáver está mumificado, com cabelos, unhas e cílios preservados.

Pesquisadores encontram cripta que acreditam ser da mulher que inspirou a Mona Lisa

RIO - A cripta da mulher apontada como a inspiradora da famosa Mona Lisa teria sido encontrada por especialistas em um convento abandonado em Florença, na Itália. Usando um radar de penetração no solo e guiados por mapas e documentos antigos, os pesquisadores trabalharam por duas semanas, informa reportagem do site "The Telegraph". O professor Silvano Vinceti está liderando as buscas por Lisa Gherardini Del Giocondo, que é apontada como a misteriosa mulher por trás da pintura de Mona Lisa, que já tem 500 anos. A cripta foi encontrada sob o chão do convento de Santa Ursula, depois que uma pilastra de concreto moderno foi removido e revelou uma camada antiga de tijolos de 90 centímetros. - Nós estamos próximos de onde ficava o altar e encontramos não uma cripta, mas duas. Uma é mais antiga que a outra e nós acreditamos que uma delas é o de Lisa Gherardini. Nós ainda temos um longo caminho a percorrer e temos que trabalhar por muitos dias antes de realmente alcançarmos o túmulo e abrí-lo para retirar os ossos. Achamos belos pedaços de cerâmica e ossos antigos, mas a descoberta real ainda precisa ser feita, quando alcançarmos as criptas e abrí-las para ver se há restos. A princesa italiana Natalia Gucciardini Strozzi, descendente de Lisa Gherardini, esteve presente nas escavações. Inicialmente, ela se posicionou contra os trabalhos dizendo que Lisa merecia "descansar em paz", mas agora está apoiando a causa. - Num primeiro momento, a ideia da escavação me horrorizou, mas agora estou fascinada. Acho interessante pensar que este é o local de descanso de um de meus antepassados - disse. Lisa Gheradini, que morreu em 1542, era esposa de um rico vendedor de seda chamado Francesco del Giocondo. Na Itália, a Mona Lisa é chamada de "La Gioconda". Acredita-se que o casal era vizinho de Leonardo Da Vinci. O objetivo das escavações é encontrar os restos da Mona Lisa, e comparar seu DNA com os de duas crianças enterradas na igreja da Santissima Annunziata, em Florença. Depois, eles devem reconstruir sua face e compará-la com a pintura de Da Vinci.Fonte:O Globo

A Ilha dos Vampiros - Documentário Completo e Dublado - www.diarena.com

Doc: O Primeiro Computador do Mundo (Completo e Dublado) // The History ...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Castelo Medieval

“Então os cruzados começaram a profanar em nome do pendurado”. Maio sangrento: os pogroms perpetrados em 1096 pelo conde Emich II von Leiningen (†c. 1138) contra os judeus renanos, segundo as Crônicas Hebraicas e cristãs

Ricardo da COSTA Artigo publicado (sem as imagens) em LAUAND, Jean (org.). Filosofia e Educação – Estudos 8. Edição Especial VIII Seminário Internacional CEMOrOc: Filosofia e Educação. São Paulo: Editora SEMOrOc (Centro de Estudos Medievais Oriente & Ocidente da Faculdade de Educação da USP) Factash Editora, 2008, p. 35-62 (ISBN 978-85-89909-71-9). Resumo: Neste artigo, narramos e analisamos os pogroms ocorridos na Renânia em 1096. Para isso, utilizamos o método comparativo para proceder à leitura das fontes, tanto crônicas hebraicas quanto cristãs. Abstract: In this article, we present and analyze the pogroms occurred in the Rhineland in 1096. For this, we used a comparative method in reading the sources, Hebrew as well as Christian chronicles. Palavras-chave: Pogrom – Cruzada – Renânia – Emich von Leiningen – Idade Média. Keywords: Pogrom – Crusade – Rhineland – Emich von Leiningen – Middle Ages. Imagem 1 Antíoco IV Epifânio (c. 215-162 a.C.), rei selêucida da Síria (175-164 a.C.), ordena a perseguição e massacre dos judeus. Bíblia, Paris (c. 1250-1275), fol. 159r. I. 1095: Pogrom no reino franco A onda antijudaica começou na cidade de Rouen. O historiador Steven Runciman não crê (RUNCIMAN, 1983, vol. I: 138), mas, se dermos crédito ao abade Guiberto de Nogent (c. 1053-1124), os preparativos para a peregrinação armada à Terra Santa provocaram nos seus participantes o desejo de, antes, atacar “a raça mais hostil a Deus que existia”, em sua opinião, os judeus. Assim, sedenta de sangue, a horda prendeu em uma igreja quantos judeus encontrou, e matou todos com suas espadas, exceto aqueles que se converteram (NOGENT, Monodies, Livro 2, cap. V). Pouco numerosos no período carolíngio, em teoria os judeus haviam sido impedidos de ter acesso às funções públicas nas terras francas já no século VI. Contudo, essa interdição não foi respeitada na prática. No século VIII, eles eram, sobretudo, comerciantes (FAVIER, 2004: 82), e prósperos mercadores de escravos (particularmente de pagãos, mas também de cristãos) – como, por exemplo, em Narbonne (PIRENNE, 1970: 75, 86 e 98). Eles estavam livres do impedimento cristão de empréstimo a juros – o Talmude e o Pentateuco proibiam isso, mas só entre judeus. Imagem 2 Um rico judeu (com um chapéu pontudo, o Judenhut – ou pilleus cornutus) empresta moedas de ouro a um cristão. Na primeira cena (à esquerda), ele conta e separa as moedas; na segunda, ele está à direita do cristão, como que envolvendo-o, e entrega a pesada bolsa a ele. Repare na estigmatização do personagem: um proeminente e demoníaco nariz adunco, olhos argutos e incisivos, ricamente vestido, adornado com uma bela capa dourada e escarlate, sapatos proeminentementes pontudos, ele parece muito satisfeito com a concretização do negócio. Enquanto isso, a postura corporal do cristão denota comiseração, pois além de seus ombros estarem curvados, seus joelhos levemente dobrados e seus olhos fixos na bolsa, seu gesto de ampará-la com a mão direita sugere, além do peso em si, que ele está imaginando o quanto terá que pagar em troca. Por fim, observe que a porta está trancada com uma barra de metal, o que também sugere a clandestinidade do ato. Iluminura das Cantigas de Santa Maria. Talvez essa iluminura seja uma exceção à regra da tese de Léon Poliakov, para quem os judeus, na iconografia medieval, não se distinguiam nem pela fisionomia, nem pelas atitudes (POLIAKOV, 1979: 79). Por isso, o filósofo e matemático Levi ben Gershom (1288-1344) considerava um mandamento positivo onerar o gentio (o não judeu) com juros, “porque não se deveria beneficiar um idólatra”, e assim se poderia causar “...tanto dano quanto possível [ao gentio] sem se desviar da honradez” (citado em JOHNSON, 1989: 176). O mútuo isolamento cotidiano e citadino também contribuiu para criar lendas entre os cristãos que incentivaram o antijudaísmo. Embora, de fato, os judeus praticassem tanto a magia branca quanto a negra – pelo menos assim revelam os documentos do Beth Genize (literalmente “casa do esconderijo”, câmaras existentes em muitas sinagogas que guardavam documentos) – circulavam estórias incríveis na cristandade, só explicáveis pelo alto grau de superstição vigente: os judeus escondiam caudas, sofriam de corrimentos sanguíneos e, principalmente, serviam ao demônio (JOHNSON, 1989: 195-197 e 209). Um exemplo disso, também narrado por Guiberto de Nogent, nos ajuda a entender o quanto o elevado racionalismo filosófico judaico – em Maimônides (1138-1204), por exemplo – não penetrava na religiosidade popular das massas (e o mesmo ocorria no mundo cristão): Em um famoso mosteiro, um monge foi educado desde o início de sua infância, e conseguiu algum conhecimento das letras. Ele foi abrigado por seu abade em uma cela anexada à igreja. Enquanto lá viveu, ficou doente, e isso o proveu com uma infeliz oportunidade de conversar com um judeu, que conhecia alguma coisa de medicina. Aos poucos eles se tornaram amigos, e isso os fez corajosos o suficiente para conversarem a respeito de transações secretas. O monge, curioso a respeito da magia negra, sentiu que o judeu sabia algo sobre ela, e insistiu para ser iniciado. O judeu concordou, e prometeu arrumar um encontro entre o monge e o demônio. O dia e o lugar do encontro foram marcados. No dia escolhido, ele agradeceu ao mediador pela intervenção. O monge ficou diante do demônio e, por instigação do judeu, pediu para ser iniciado nos ensinamentos demoníacos. O demônio, abominável mentor que é, respondeu que aquilo era impossível, a menos que o monge renegasse seus votos batismais e oferecesse um sacrifício. O monge perguntou que oferenda deveria ser feita. “Aquilo que é mais deleitável em um homem”, disse o demônio. “O que é?”, perguntou o monge. “Você fará para mim uma libação de seu esperma”, respondeu o demônio. “Quando você tiver feito, você o provará, sendo esse seu único sacrifício”. Que crime! Que ato vergonhoso! E isso estava sendo demandado de um padre! Isso é o que seu velho inimigo faz, Senhor, blasfemar e desonrar sua irmandade e seu sagrado anfitrião! “Não se cale” (Sl 83.1), Oh, Deus, e não adie Sua vingança! O que eu posso dizer? Como posso falar? O infame monge que você tinha abandonado (ou o deixou somente por um tempo!) fez o que foi pedido a ele, e fez a horrenda libação, ao mesmo tempo em que renegou sua fé. (NOGENT, Monodies, Livro 1, cap. XXVI) Somado a essa mitologia do medo, o rápido desenvolvimento econômico da sociedade do ocidente medieval a partir do século XI (FOURQUIN, 1986: 129-300) aumentou ainda mais a cisão entre as duas culturas – e a distância entre ricos e pobres. Havia um endividamento gradativo por parte dos cristãos para com os judeus, tanto de nobres (pelo aumento dos custos com o equipamento militar) quanto de camponeses (por causa dos empréstimos para a compra de ferramentas, ou mesmo para enfrentar períodos ruins de colheita). Além disso, a negação do homo oeconomicus por parte da teoria cristã vigente acirrou ainda mais a visão pejorativa que o cristão comum tinha do judeu (TUCHMANN, 1990: 36-40). Ademais, nas mentes “simples e infantis” de então (ROUSSET, 1980: 44), a idéia de uma peregrinação armada à Terra Santa deveria ser precedida por uma “purificação” interna (observe que a palavra cruzada não existia na época). Contudo, a Igreja não era partícipe dessa violência. Séculos antes, Agostinho (354-430) já defendera que os judeus eram o testemunho vivo da fé cristã: 9. Os livros dos judeus provam nossa fé. Porque não foi exterminada a seita dos judeus Com os olhos sem luz vão eles por todas as partes levando consigo as provas luminosas de nossa causa, para que, com elas, esta nossa causa seja provada e eles reprovados. O povo judeu não foi exterminado senão dispersado por todo o mundo para que, levando consigo as profecias da graça que recebemos, nos sirva em todas as partes para convencer mais facilmente aos infiéis. Isso mesmo foi dito e anunciado pelo profeta, “não os mates para que não se esqueçam da tua lei; dispersa-os com a tua fortaleza” (Sl 58, 12). De fide rerum quae non videntur (Da fé no que não se vê), cap. VI, 9 (BAC, tomo IV, 1948: 812-813) De maneira geral, os papas medievais mantinham essa perspectiva agostiniana. Como disse Heinrich Graetz (Tzvi Hirsh Graetz, 1817-1891), um dos grandes historiadores judaicos de seu povo, “Não fosse a Igreja católica, os judeus não teriam sobrevivido à Idade Média na Europa cristã” (GRAETZ, 1891, vol. III: 563, citado em DURANT, s/d: 350). Podemos dar alguns breves exemplos. O papa (beneditino) Gregório I (c. 540-604) proibiu a conversão forçada dos judeus e manteve seus direitos de cidadania romana em terras pontificais; Eugênio III (1145-1153), ex-discípulo cisterciense de Bernardo de Claraval (1090-1154), abençoou os judeus parisienses quando de sua visita à cidade em 1145; Alexandre III (1159-1181) empregou judeus na administração das finanças; o próprio fundador da Inquisição, Gregório IX (c. 1143-1241) isentou os judeus da jurisdição inquisitorial e escreveu uma bula reprovando a violência das massas contra eles, e Inocêncio IV (1243-1254) – cento e cinqüenta anos após o período que analisamos, em 1247 – rejeitou fortemente a lenda do infanticídio ritual supostamente praticado pelos judeus: Certos elementos do clero, príncipes, nobres e grandes senhores (...) falsamente têm engendrado planos ímpios contra os judeus, privando-os injustamente de suas propriedades pela força e apropriando-se delas; acusam-nos falsamente de dividirem entre si, na Páscoa, o coração de um menino assassinado (...). De fato, em sua intenção criminosa, eles atribuem aos judeus todos os assassínios, onde quer que eles ocorram. E sob a alegação desta e de outras fantasias, enchem-se de raiva contra os judeus, roubam-nos (...) oprimem-nos pela fome, prisão, tortura e outros sofrimentos, chegando às vezes a condená-los à morte, de tal maneira que os judeus, embora vivendo sob príncipes cristãos, encontram-se em piores condições do que estiveram seus antepassados sob os faraós (...) Uma vez que nos agrada não sejam eles perseguidos, ordenamos que vós vos comporteis com relação a eles de modo amistoso e bondoso. Sempre que qualquer ataque injusto contra os judeus chegar ao vosso conhecimento, remediai as ofensas e não permitais que eles sejam no futuro vítimas de atribulações similares. (os grifos são nossos. Citado em DURANT, s/d: 349) Como se vê, mesmo no período em questão, o das cruzadas, o clássico senso de justiça herdado da Antigüidade e a idéia de preservar o judaísmo para que servisse de testemunho da fé cristã continuavam a existir no seio da Igreja. Isso embora as admoestações papais recebessem ouvidos moucos – especialmente a partir do início das cruzadas. Mas não eram só os papas que saíam em defesa dos judeus. Um pouco antes da Segunda Cruzada (1141-1149), o abade Bernardo de Claraval, extremamente preocupado com os pogroms ocorridos na Europa, demonstrou sua apreensão em relação aos judeus numa carta endereçada aos arcebispos da França oriental e da Baviera. Retoricamente incisivo como de costume, o monge de Cister admoestou os seus a lutarem contra os infiéis na Terra Santa, mas prudentemente pediu o “freio da sabedoria ao zelo ardente por Deus”: Não se deve perseguir, nem trucidar, nem mesmo expulsar os judeus. Interrogai a quem conhece as divinas páginas, que profetizam o salmo sobre os judeus, e o que diz a Igreja: “Deus me mostrou respeito aos meus grandes inimigos, para que não os mates, para que não se esqueçam de meu povo” (Sl 58, 12). Eles são para nós uma memória viva que nos representam a Paixão do Senhor. Por isso vivem dispersos pelas regiões, e ao chorar por onde quer que estejam as justas penas de um crime tão grande, são testemunhos perenes de nossa redenção. Por isso, a Igreja acrescenta a esse mesmo salmo: “Dispersai-os e derrubai-os com Tua virtude, Senhor, nosso protetor” (Sl 58, 15). E assim aconteceu: estão dispersos, estão humilhados, e não suportam esse cativeiro sob os príncipes cristãos. Mas se converterão à tarde, e a seu tempo serão vistos com benevolência (Sab 3, 6). E, finalmente, quando for reunida a plenitude dos gentios, diz o apóstolo (Rm 11, 25-26), Israel se salvará. Enquanto isso, o que morre permanece na morte (Jo 3, 14). (os grifos são nossos. BAC, vol. VII, carta 363: 1046-1047) Apesar da bela e contundente pregação de Bernardo, que cita os Salmos, a Sabedoria Salomônica e o Amor Joanino – sua última alusão bíblica nesse trecho é pungente, pois coloca os judeus como irmãos (“Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida”, 1 Jo 3, 14-15) – isso não foi suficiente para conter os violentos ímpetos antijudaicos das massas. Para elas, os judeus eram os eternos assassinos de Cristo e deveriam agora purgar seu pecado. Assim como as reflexões filosóficas de um Maimônides não ecoavam em boa parte das comunidades judaicas, a meditação sapiencial dos monges cristãos e sua exortação bíblica não conseguiram incutir a benevolência no rebanho de Cristo. Imagem 3 “Os transeuntes injuriavam-no, meneando a cabeça (...) também os chefes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e anciãos, caçoavam dele” (Mt 27, 39-41). Cristo, sentado em majestade, é escarnecido pela turba de judeus (dois deles com o Judenhut). Repare em Seu porte nobre, nas feridas em Seu rosto, e na caracterização animalesca criada pelo iluminista para os judeus: um, na frente, à esquerda, Lhe dá a língua (e o toca em Sua região genital), outro (à direita) manda-O calar a boca (gesto simbolizado pelo dedo indicador da mão esquerda em seus lábios) e tem feições visivelmente simiescas. Compondo o pesaroso quadro, à esquerda, um terceiro, sorri próximo de Seu ouvido direito, zombeteiramente (seus dentes estão propositalmente ampliados), e à direita, outro gestualiza seu desprezo (com a mão no nariz) e outro (vestido como um bobo da corte), aponta para o chão, como quem está a dizer “Rebaixa-te". Em contrapartida, o Cristo abaixa a cabeça e fecha Suas mãos, tocando os dois pulsos, em um gesto de contrição. Speculum Humanae Salvationis, Kremsmünster (séc. XIV). II. Renânia Imagem 4 O mapa mostra a grande quantidade de comunidades judaicas prósperas no centro da Europa, todas sujeitas a ataques antes da Primeira Cruzada. Reparem que a maior parte delas se concentra ao longo dos rios Reno e Main. Tratava-se, de fato, da região mais rica da cristandade latina. In: Florida Holocaust Museum. 1. Antisemitism. Virtual History Wing. Ainda no final de 1095, as comunidades judaicas do reino franco escreveram aos judeus renanos, advertindo-os do perigo iminente: Escreveram cartas e enviaram mensageiros a todas as comunidades que se encontravam na região do rio Reno, a fim de que jejuassem, se penitenciassem, e implorassem misericórdia Àquele que habita os Céus, para que os livrasse das mãos do inimigo. E, à medida que as cartas chegavam aos santos dessa terra, aos homens de Deus, aos fundamentos do mundo (Pr. 10: 95) que viviam em Mogúncia, escreveram eles outras cartas em resposta aos de França. (Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 142) Para piorar ainda mais a situação, as colheitas de 1094 e 1095 foram péssimas (exceto na Itália), o que fez com que os preços subissem justamente durante os preparativos para a expedição (GARCIA-VILLOSLADA, 2003: 371-372). A região renana era comercialmente muito próspera e ativa. Os judeus haviam se instalado naquela região já no período romano (FALBEL, 2001: 45). Até o início do século XII, os príncipes mais ricos e poderosos de toda a Europa encontravam-se a leste do reino franco (e no norte da Itália) (NICHOLAS, 1999: 202) e, de fato, as comunidades judaicas na Renânia eram bastante prósperas (FALBEL, 2001: 45). Assim, a conjunção prosperidade judaica renana/crise agrícola/alta de preços no final do século XI provavelmente ajudou a aumentar drasticamente a hostilidade das massas para com os judeus renanos, além, é claro, da instigação feita pelo conde Emich II von Leiningen e seu grupo. III. Leiningen (†c. 1138) Imagens 5 e 6 5. Posição de Leiningen na atual Alemanha. 6. Ruínas do castelo de Leiningen, em um cartão postal (c. 1920). A antiga vila de Leiningen (ou Leisingen, atualmente Altleiningen) se encontra hoje no Distrito de Bad Dürkheim, a leste do Bosque do Palatinado (Pfälzerwald). No final do século XI, Leiningen era uma minúscula vila, encravada no coração do Sacro Império Romano-Germânico, praticamente na intercessão entre a Francônia, a Suábia e a Lotaríngia, na fronteira com Champagne e o ducado da Borgonha. Como tantos outros aglomerados humanos, Leiningen foi quase que imediatamente atraída pelo sonho da peregrinação à Terra Santa, no eco da pregação do papa Urbano II em Clermont-Ferrand, em 1095. A região se encontrava no coração do fenômeno conhecido como feudalismo clássico (GANSHOF, s/d) – a quantidade de castelos na região o prova. Paralelamente, também ocorria um revivescimento comercial dos emergentes centros urbanos, concentrados ao longo do Reno (ver imagem 4). As comunidades judaicas eram, em grande parte, responsáveis por esse pujante comércio, protegidas que estavam pela concessão de franquias reais, devido ao ressurgimento do poder imperial sob os otonianos (947-1017). Era um fato costumeiro os poderes instituídos na Idade Média protegerem os judeus contra as recorrentes demonstrações antijudaicas das massas urbanas – não sem cobrar por isso. A cronologia do florescimento da dinastia otoniana, seu renascimento cultural (conhecido como renascimento otoniano) e sua decadência têm relação direta com o apogeu e declínio das judiarias renanas e de seu próspero comércio de longa distância. A primeira menção segura de Leiningen data de 1128 – uma certidão emitida pelo arcebispo de Mainz (Mogúncia), Adalberto I von Saarbrücken (1111-1137), ao conde Emich II. Ali, Emich construiu o núcleo principal de seu senhorio e, provavelmente, ajudou na construção do burgo e do coral da capela claustral do mosteiro agostiniano de Höningen (Chorherrenstift). Contudo, o conde de Leiningen entrou para a História por ter praticamente inaugurado os pogroms na Europa e transformado para sempre a vida dos judeus europeus. Imagem 7 No mapa, em vermelho, as regiões mais importantes em que ocorreram os recrutamentos para a Primeira Cruzada (os escudos brancos indicam os centros de recrutamento). As setas roxas sinalizam o longo itinerário de pregação do papa Urbano II (em 1095-1096) e, por fim, as estrelas azuis marcam as perseguições antijudaicas (à esquerda, Rouen, depois, no centro, de cima para baixo, Xanten, Colônia, Mayence, Worms, Trèves, Metz e Spira), entre o rios Mosela, Reno e Main. In: RILEY-SMITH, 1996: 29. Imagens 8 e 9 À esquerda: a tribo dos judeus (que, nessa iluminura, não são representados caricaturados como nas Cantigas de Santa Maria, o que parece confirmar a tese de Poliakov). Bíblia, Paris (c. 1250-1300), fol. 133r. À direita: Apesar da intercessão do próprio Cristo (à esquerda) e dos Céus, com duas longas espadas, dois reis cruzados preparam-se para executar dois judeus que, de joelhos, inutilmente pedem a ajuda de seu rabino. Bíblia, Paris (c. 1250). Essa última iluminura mostra muito claramente que os pogroms praticados pelos cruzados contra as comunidades hebraicas não recebiam o consentimento divino. Muito pelo contrário: o próprio Cristo, de joelhos, pede misericórdia. Os céus se abrem, metaforicamente, como que para representar o castigo que os cruzados receberão no dia do Juízo Final por seus pecados. IV. Problemas metodológicos IV.1. As fontes judaicas Para tratarmos dos pogroms nas cidades renanas do ponto de vista judeu, temos três documentos escritos, todos traduzidos diretamente do hebraico medieval pelo professor Nachman Falbel (USP): 1) A Crônica de Salomão bar Sansão, preservada em um só manuscrito do século XV; 2) A Crônica de R’ Eliezer bar Nathan, que possui quatro manuscritos, um do século XIV e os outros dos séculos XVII-XVIII; 3) O Anônimo de Darmstadt (ou Anônimo de Mogúncia), que possui um só manuscrito. A utilização das Crônicas Hebraicas para a análise dos massacres das comunidades judias no norte da França e na região renana durante a passagem da Primeira Cruzada exige algumas ponderações e matizações, pois elas apresentam uma série de dificuldades interpretativas que, caso encaradas de forma acrítica, certamente comprometem o resultado e a credibilidade de qualquer pesquisa sobre o tema. Em primeiro lugar, não é possível identificar a data em que elas foram escritas. Além disso, não sabemos ao certo se elas são originárias de uma fonte comum ou se foram redigidas a partir de outras fontes já existentes, que se perderam com o passar do tempo. Por fim, suspeita-se que foram registradas por volta de quatro a cinco décadas após os acontecimentos, através de testemunhos dos judeus que sobreviveram àqueles dias fatídicos. Não há segurança de que os judeus que presenciaram os massacres – ou seus descendentes – sejam os mesmos que, cerca de cinqüenta anos depois, relataram os acontecimentos aos cronistas. Durante esse intervalo de tempo, eles envelheceram, receberam influências que podem ter modificado, acrescentado ou omitido passagens que permaneceram em suas lembranças. Em seus depoimentos posteriores provavelmente já havia uma reflexão, uma reelaboração, certamente um julgamento seletivo dos fatos relembrados, além da incorporação da memória coletiva que, marcada pelas lembranças, mas, também, pelo esquecimento, tornara-se seletiva (PESAVENTO, 2005: 95). Para I. F. Baer, alguns judeus que residiam nas cidades invadidas escreveram cartas, nas quais relataram as ações dos exércitos cristãos que se dirigiam para Jerusalém. Esses textos, segundo esse autor, posteriormente foram utilizados para a confecção das Crônicas, escritas cinqüenta anos depois. Contrariamente a esta posição, Sonne acredita que as diferentes versões presentes nas Crônicas são oriundas de fontes originais e independentes. Por fim, mais recentemente, Anna Sapir Abulafia levantou a hipótese de que a Crônica de Salomão bar Sansão pode ser uma compilação da Crônica de Eliezer bar Nathan e da Crônica Anônima, e que a primeira teria sido escrita entre 1140 e 1146, a segunda antes de 1146, e a terceira contemporânea aos acontecimentos. Some-se a isso o fato (agravante) de os manuscritos existentes terem sido compilados cerca de quatrocentos (para o caso da Crônica de R’ Eliezer bar Nathan) ou quinhentos anos depois (a Crônica de Salomão bar Sansão). A necessidade de uma investigação filológica mais apurada dos textos torna-se necessária, pois, constatamos, seguindo a tese de Baer e a de Falbel, que as Crônicas foram escritas com o intuito de fortalecer a fé das comunidades judias que sobreviveram à violência dos exércitos cruzados. Os cronistas possivelmente exageraram na descrição do apego dos judeus à religião e, conseqüentemente, também pintaram com tons mais fortes a descrição do suicídio coletivo, criando assim um martiriológico – o kidush hashem (FALBEL, 2001: 66-73). IV.2. As fontes cristãs Por sua vez, as crônicas cristãs que aludem aos massacres são as obras de Alberto de Aix-la-Chapelle (ou de Aachen) e Ekkehard de Aura († 1126). O primeiro nasceu no fim do século XI e escreveu sua obra (Liber Christianae Expeditionis pro Ereptione, Emundatione et Restitutione Sanctae Hierosolymitanae Ecclesiae) por volta de 1130. Nada se sabe de sua vida, além do fato de ter visitado o Oriente. Seu relato é considerado o mais completo da primeira cruzada, embora a crítica hoje avalie que seu texto compila com pouco senso crítico (mesmo para a época), lendas de testemunhas oculares, além de quase nunca citar suas fontes. O segundo era abade do mosteiro beneditino de Aura, na Bavária (Aura an der Saale, atualmente distrito de Bad Kissingen), e foi com os cruzados alemães para a Palestina em 1101. Ao regressar para a Alemanha, compôs uma crônica do mundo chamada Hierosolimitana, contando também um pouco de sua vida, além de histórias que lhe foram narradas por seu amigo (igualmente monge) Frutholf, do mosteiro de Michelsberg, por cruzados e, também, redigidas por outros autores. Ekkehard normalmente indica suas fontes, embora seja considerado um homem demasiado crédulo (RUNCIMAN, 1983: 314-315). Em resumo: não possuímos nenhum relato de primeira mão, judeu ou cristão, e parte do material sobre o tema sofreu as interferências da memória coletiva, dos acréscimos naturais das tradições orais, a credulidade dos personagens de então, e a possibilidade da seleção e amplificação por parte dos narradores e copistas. Todos esses aspectos compreensivos devem ser levados em consideração no momento de comparar, interpretar as passagens de ambas as tradições religiosas e efetuar nossa narrativa. No entanto, é preciso deixar claro, que não defendemos nem o relativismo nem o ceticismo, que atualmente vigoram nos círculos acadêmicos: as diferentes versões dos massacres, registradas por diferentes escritores de diferentes credos, são um indício, um rastro que prova a existência do fato (GINZBURG, 2007). O que cabe a nós, historiadores, é compararmos, ponderarmos, interpretarmos e julgarmos as narrativas para chegarmos a um consenso sobre os eventos. IV.3. A rispidez das fontes hebraicas em relação ao cristianismo De modo geral, as Crônicas Hebraicas referem-se ao cristianismo de uma forma muito agressiva e desrespeitosa. Nachman Falbel chega mesmo a utilizar o conceito de “expressões polêmicas anticristãs” para explicar a – sábia – decisão de as traduzir o mais fielmente possível. Por exemplo, assim o Anônimo de Darmstadt inicia seu texto comentando a decisão da cruzada: Foi no ano de 1028 da destruição do Templo que este mal recaiu sobre Israel, quando, de início, levantaram-se os príncipes, nobres e o povo comum da região da França e decidiram levantar vôo como águia e lutar para ir até Jerusalém, cidade santa, e chegar até o túmulo do crucificado, cadáver desfeito, o qual não ajudará e nem salvará, pois não é nada. (os grifos são nossos; Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 142) Por sua vez, os cristãos são chamados de “incircuncisos impuros” e “filhos da imundície”; o papa Urbano II (1042-1099) de “Satã de Roma, a criminosa”; Cristo de “o pendurado”, o “que nasceu da prostituição”, além de “...pendurado crucificado, rebento inanimado e maculado, ídolo abominável em sua geração, bastardo concebido por uma mulher menstruada e devassa.” (Anônimo de Darmstadt, p. 152). O que significa essa profusão de impropérios contra Jesus Cristo, Maria, a Igreja e os cristãos como um todo? Uma amplificada lembrança rancorosa dos massacres ou um sentimento latente das relações com os cristãos que jazia oculto no âmago de cada judeu? Se a resposta for a primeira hipótese, a recordação do martiriológico serviu para fortalecer o histórico elo que ligou por séculos as comunidades ashkenazis; se a resposta for a segunda tese, as expressões manifestam uma convivência tensa, com um grau de incompreensão e intolerância, que pode facilmente ter escoado para o convívio social e especialmente econômico. Mas, ainda, cabe uma segunda questão: aquelas expressões foram, de fato, proferidas pelos personagens do massacre? Pouco provável. Registradas séculos depois, o mais verossímil é que os cronistas tenham expressado sua dor ao registrarem os depoimentos orais que receberam de segunda, terceira mão. Caso desenvolvamos essa idéia, podemos sugerir que as “polêmicas expressões anticristãs” são, simultaneamente, o registro de um lamento póstumo e também do cerne do pensamento judaico em relação ao cristianismo. Elas são um rastro documental de que, por baixo de cada compra e venda, de cada empréstimo a juros, de cada contato social entre as religiões, existia uma profunda camada de ressentimentos e preconceitos, dos dois lados. V. Emich II von Leiningen (†c. 1138) e o pogrom em Speyer (Spira) (03 de maio de 1096) Imagem 10 O próspero burgo de Speyer (ou Spira), em 1550 (Sebastian Munster, Cosmographiae Universalis), uma das muitas cidades alemãs que abrigavam uma importante colônia judaica. A cidade de Speyer (Spira) tinha uma considerável comunidade judaica que, desde o início do século XI, se expandira consideravelmente, e prosperara principalmente pelo fato de ter recebido uma carta de imunidade (charta immunitatis), concedida pelo bispo da Igreja Rudiger Huosmannus (c. 1074-1090). Graças a ela, eles podiam ter escravos cristãos, vinhedos, pomares, tribunal próprio, além do direito de vender aos cristãos a carne não consumida do abate ritual. Em caso de um litígio entre um judeu e um cristão, o judeu deveria ser julgado nos costumes judaicos (FALBEL, 2001: 46). Esses privilégios foram outorgados em 1090 pelo imperador Henrique IV (1050-1106) – o mesmo que desencadeou a famosa Questão das Investiduras. Speyer ficava a sudeste de Leiningen. O conde Emich, “homem de reputação muito ruim por causa de seu tirânico modo de vida”, segundo o cristão Ekkehard de Aura, ignorou as concessões do imperador Henrique IV. Reuniu um exército (o terceiro que se preparou para a peregrinação) composto por nobres franceses e alemães, além de uma pequena multidão de peregrinos (RUNCIMAN, 1983: 139) e decidiu começar sua mortandade no dia 03 de maio, atacando justamente a comunidade de Speyer. Emich von Leiningen (†c. 1138), ao qual as fontes hebraicas se referem como “Emico, o cruel”, e costumam completar seu nome com “...que seus ossos se transformem em pó”, ou “...inimigo odioso de todos os judeus”, ou ainda, “...que seus ossos sejam pulverizados”, era um senhor menor da Renânia, embora o cronista Alberto de Aix se refira a ele como “um nobre muito poderoso dessa região” (Alberto de Aix, Internet). Como tantos outros senhores dessa época – o terrível Thomas de Marle (ou de La Fère, c. 1078-1130), sire de Coucy, Boves, Marle, La Fère, Crépy e Vervins, por exemplo – ele havia granjeado fama por sua vida de banditismo, pilhagem e licenciosidade. Além de tudo, um mau senhor. Infelizmente isso não era incomum. Muitos não tinham sido verdadeiramente tocados pelas assembléias de paz organizadas pela Igreja, conhecidas como a Paz de Deus (século X) e a Trégua de Deus (séc. XI). Mal começara o processo civilizador cristão (COSTA, 2001). Pois mesmo a Igreja não conseguia penetrar no fundo das consciências e alterar os hábitos violentos dos homens de então. O próprio Emich é um exemplo disso: apesar de viver fora das prescrições religiosas propaladas pela Igreja, o conde dizia a todos que tinha sido marcado na carne com a cruz de Cristo. Verdade ou não, mesmo com sua vida violenta – ou precisamente por isso – ele sentiu-se tocado pela pregação da cruzada e, decidiu, uma vez mais, pegar em armas. Somado a esse violento contexto cultural, Emich exercia um verdadeiro fascínio sobre os espíritos – durante muito tempo, inclusive, a lembrança de seu nome persistiu em sua terra natal (OLDENBURG, 1968: 114). Graças a esse carisma, ele reuniu “um grande grupo de teutônicos” (segundo Alberto), “quase doze mil portadores da cruz” (segundo Ekkehard). Dentre eles, simples peregrinos, mas, também, senhores da nobreza francesa e alemã (de Zweibrücken e Salm, na Renânia-Palatinado, e de Viernenberger), além de Hartmann de Dillingen, os picardos Drogo de Nesle e Clarambaldo de Vendeuil, o próprio Thomas de Marle e o visconde Guilherme I de Melun, o Carpinteiro (assim cognominado por sua força física) (RUNCIMAN, 1983, vol. I: 139). Em suma: um verdadeiro bando de salteadores. Assim, “...chamado pela revelação divina como outro Saul, por ter mantido a prática da religião à sua maneira, ele usurpou para si o comando de quase doze mil portadores da cruz” (Ekkehard de Aura, Internet) e os convenceu a atacar a comunidade judaica de Speyer. Em um sábado mataram dez ou onze pessoas que não quiseram ser batizadas – além de “uma mulher santa” ter-se imolado para escapar da conversão. Ao saber disso, João, bispo da cidade (1090-1104) ...veio com um grande exército com inteira disposição de ajudar a comunidade e colocou-a em lugares seguros [quartos] e salvou-a das mãos dos cruzados. E pôs fim à violência dos citadinos, pois era um homem justo, e impôs ao lugar justiça e salvação por sua vontade. (os grifos são nossos; Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 143) Mais adiante, o Anônimo de Darmstadt nos informa que, com o auxílio do rei, esse mesmo bispo salvaguardou o restante da comunidade de Speyer “para suas cidadelas fortificadas”. Como bem observou Nachman Falbel (FALBEL, 2001: 143), o cronista do Anônimo utilizou a expressão “homem justo” por este ser um conceito basilar do judaísmo – todos os “justos das nações do mundo” (isto é, os gentios que ajudam Israel em momentos difíceis) têm lugar no mundo vindouro (Mishneh Torah, cap. 3, 13). Essa firme atitude do bispo de Speyer – em conformidade tanto com a perspectiva agostiniana quanto a carta de imunidade concedida pelo bispo anterior (Rudiger Huosmannus) e outorgada pelo imperador Henrique IV, como vimos – não foi uma exceção: veremos que todos os representantes da Igreja nas cidades onde ocorreram os massacres comportaram-se de modo semelhante. Contudo, seus gestos e apelos não foram atendidos pelas massas, incitadas que estavam por seus líderes, e ávidas de sangue hebraico. Certamente, o bispo de Spira teve mais sucesso em sua defesa da comunidade judaica por ser um senhor feudal poderoso, conde de Kraichgau (região de Baden-Würtemberg), senhor de várias cidades e, especialmente, chefe de um poderoso exército. VI. Massacres em Worms e Mainz (Mogúncia) (18-28 de maio de 1096) Imagem 11 Worms em 1572 (Braun and Hogenberg, Civitates Orbis Terrarum, mapa I-34). Nesse importante centro comercial, um parque judeu era mantido com o legado de uma mulher cristã. Seguindo em sua rota de mortandade, o exército do conde Emich chegou a Worms no dia 18 de maio. A cidade contava com uma importante judiaria. A prosperidade econômica da comunidade renana era acompanhada de uma notável riqueza cultural: as primeiras escolas superiores em terras alemãs foram justamente as escolas rabínicas de Worms e Mainz (FLASCH, 2006: 306). Em Mainz (Mogúncia), por exemplo, o rabino Gershom ben Jehuda (c. 960-1028) fundou uma academia rabínica (Yeshiva) que se tornou muito importante. Seu comentário sobre o Talmude tornou-o uma autoridade muito consultada pela judiaria germânica. Ele também ficou conhecido por ter decretado a excomunhão de todos os judeus polígamos. Em comparação a Speyer, os cruzados recrudesceram ainda mais o seu massacre em Worms. Os “lobos das estepes” vieram para forçar os judeus “nas águas pestilentas [do batismo]” (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 76). Uma vez mais, Eppo, o bispo da cidade (Gegenbischof, 1090-1105), interveio, e abriu as portas de seu palácio para proteger os judeus – o bispo Adalberto II von Sachsen (1070-1107) era adepto da reforma gregoriana e, por isso, estava afastado. Os judeus não eram populares em Worms: os próprios citadinos abriram as portas da cidade para o exército de Emich (Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 150). Ademais, já corria um rumor de que “eles” haviam contaminado a água com um cadáver para, assim, envenenar os poços da cidade. O Anônimo de Darmstadt nos informa que Foi no dia 10 de Yar, na segunda-feira [15 de maio de 1096], que tramaram contra eles em segredo. Pegaram um cadáver que havia sido enterrado há trinta dias e transportaram-no para dentro da cidade dizendo: “Vejam o que fizeram os judeus conosco: tomaram um gentio, impregnaram com água e despejaram a água em nossos poços para matar-nos”. E, quando os cruzados e os citadinos ouviram isso, ficaram exaltados e reuniram todos aqueles que portavam espada, do grande ao pequeno, dizendo: “Eis que chegou o momento e o tempo de vingarmo-nos daqueles cujos antepassados mataram o Cristo. Agora, não deixemos escapar deles ninguém, nem mesmo crianças de colo e que se amamentam em berços”. E foram atacar os que se encontravam em suas casas, onde jovens gentis e donzelas formosas, idosos e idosas, todos eles estenderam seus pescoços, e também servos e servas foram mortos com eles em Nome do Senhor temível e do alto...”. (Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 144-145) A acusação de envenenamento dos poços era nova. Difundida muito mais tarde – quando da Peste Negra, no século XIV – ela somava-se a acusações mais antigas como, por exemplo, a da profanação de hóstias. A credulidade das massas certamente foi um fator decisivo para a aceitação dessa incrível estória. As Crônicas Hebraicas, por exemplo, narram o fantástico milagre do ganso que desejava ir à cruzada – e “sabia” o caminho. Muitos o seguiram, esperançosos de chegar à Terra Santa. Assim, incitados pela acusação de envenenamento dos poços com o cadáver, “como animais esfaimados” (Is 9, 11), os cruzados de Emich queimaram a Torah e, após sete dias de matanças nas ruas da cidade, invadiram o palácio do bispo para trucidar os que lá se encontravam protegidos. Sem um exército como João, bispo de Speyer (e conde), o bispo de Worms nada pôde fazer. Pior: teve que fugir para salvar a própria vida. Segundo a Crônica de Salomão bar Sansão, durante dois dias foram mortos cerca de oitocentos judeus – “...noivos sacrificaram suas noivas e mulheres piedosas a outras criaturas” (em FALBEL, 2001: 76). Emich ...não poupou nem ancião, nem jovem, nem donzela, nem criança, nem o lactente, nem enfermo, e colocou o povo de Deus a ser triturado como pó, passando seus jovens com a espada e abrindo o ventre de suas esposas grávidas. (Anônimo de Darmstadt, em FALBEL, 2001: 150) Contudo, os cruzados de Emich não estavam ainda satisfeitos. Desviando-se de sua peregrinação à Terra Santa, margeando o rio Reno e dirigindo-se cada vez mais para o norte, chegaram à próspera cidade de Mainz (Mogúncia). Mas dessa vez encontraram as portas fechadas, por ordem do arcebispo da cidade, Rothard II (1088-1109). Os judeus da cidade sabiam do ocorrido em Speyer e Worms e tinham procurado o bispo, em busca de socorro, que lhes disse: Ouvi nosso conselho e trazei todo o vosso dinheiro à casa de nosso tesouro, e vós, com vossas esposas e filhas e tudo que possuís, acorrei ao palácio do bispo, lá permanecendo até que passem os exércitos. Desse modo, podereis salvar-vos dos cruzados (...) Também o bispo reuniu seus ministros e auxiliares, nobres da terra, para ajudar-nos, pois inicialmente sua vontade era salvar-nos com todas as suas forças. Demos-lhe um grande suborno por isso, bem como aos seus ministros e auxiliares que prometeram nos salvar. Porém, no final, todo o suborno e todo o apaziguamento não nos ajudaram para defender-nos no dia da fúria perante a destruição. (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 77) Alberto de Aix o confirma: segundo ele, os judeus puseram um imenso tesouro na guarda do bispo Rothard, pois tinham muita fé em sua proteção, já que ele era o bispo da cidade: Então, aquele excelente bispo da cidade cautelosamente guardou aquela incrível quantidade de dinheiro que recebeu deles, e colocou os judeus em um espaçoso salão de sua própria casa, longe da vista do conde Emico e de seus seguidores. Então eles puderam permanecer seguros e em boas condições, em um lugar muito seguro e forte. (Alberto de Aix, Internet) O massacre de Mainz é o que merece o maior espaço nas Crônicas Hebraicas, o que contém o maior número de diálogos. Segundo a Crônica de Salomão bar Sansão, os judeus se encontraram com o próprio Emich e deram a ele sete libras de ouro por suas vidas. De nada adiantou. Os citadinos abriram as portas da cidade para ele, e os exércitos invadiram, “para vingar o sangue do crucificado”. Liderados por R’ Kalonymus bar Meshulam, o Parnass (chefe da comunidade), os judeus “...vestiram suas armaduras e pegaram em armas de guerra, dos mais velhos aos mais jovens”, mas, devido aos jejuns e penitências que tinham feito, estavam sem forças para resistir àquele ataque (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 82). Entrementes, os homens de Israel haviam se refugiado no palácio do arcebispo. Este, ao ver o ímpeto assassino da multidão, fugiu com seu séquito. Nachman Falbel o acusa de covardia, e afirma que foi “pusilânime e traiçoeiro” (FALBEL, 2001: 50). Contudo, judeu ou cristão, quem ali permaneceria? A luta ocorreu no pátio interno, judeus contra cruzados e citadinos. Ao verem que seu destino estava selado, todos os judeus, juntos, choraram e aceitaram o fim. Como em Massada (73 a.C.), decidiram então pela imolação coletiva, o kidush hashem. Num longo discurso coletivo proferido na Crônica de Salomão, do qual só podemos extrair seu significado (já que é completamente inverossímil que uma comunidade inteira proferisse um texto tão longo em meio a um ataque naquelas circunstâncias), eles “disseram uns aos outros”: Apressemo-nos e sacrifiquemo-nos como holocausto a Deus. E todo aquele que tiver uma faca examine-a e verifique para que não esteja com falhas, e degolemos para que santifiquemos o Nome de Deus, o Eterno, e depois degole-se a si mesmo, pela sua própria garganta, ou enterre a faca em seu próprio abdome (...) E ali as mulheres, tomadas de coragem, degolaram seus filhos e filhas e também a si mesmas. E muitas pessoas tomaram coragem e sacrificaram suas esposas e seus filhos. A amorosa e delicada mãe sacrificou a criatura que a fazia feliz (...) E as mulheres justas e piedosas estenderam seus pescoços umas às outras para sacrificarem-se em seu Santo Nome, assim como o fizeram cada um com seu filho, irmão com irmã, mulher com seu filho e filha, vizinho com seu vizinho e amigo, noivo com noiva, compromissado com compromissada, um sendo o sacrificador e o outro o sacrificado, até que um sangue tocou outro, até que o sangue dos homens misturou-se ao das mulheres, o do pai ao de seus filhos, o do irmão ao de suas irmãs, o dos mestres ao de seus discípulos, o dos noivos ao de suas noivas, o dos chantres ao de seus escribas, o dos infantes e bebês ao de suas mães, e morreram e derramaram seu sangue para santificar o Nome elevado e temível. (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 85). Novamente, o suicídio coletivo é confirmado por Alberto de Aix: Os judeus, ao verem que seus inimigos cristãos os atacavam e às suas crianças sem pouparem nenhuma idade, também caíram uns sobre os outros, irmãos, crianças, esposas e irmãs, e assim pereceram, uns nas mãos dos outros. É horrível de dizer, mas as mães cortaram as gargantas de suas crianças e apunhalaram as outras, preferindo que morressem por suas próprias mãos a serem mortas pelas armas dos incircuncisos. Desta cruel matança dos judeus poucos escaparam, e poucos, mais por medo que por amor à fé cristã, foram batizados. (Alberto de Aix, Internet) De todo o longo rol de estórias das Crônicas Hebraicas, porém, a mais pungente é a de uma mãe que, vendo os cruzados se aproximarem para arrombar a porta, decidiu matar seus quatro filhos. Ela preferia isso a vê-los convertidos à “fé dos incircuncisos”. Um deles, de nome Aarão, apavorado, ao ver a mãe apunhalar o irmão ainda no berço, se escondeu embaixo de uma caixa e gritou: “Minha mãe, não me sacrifique!”. A Crônica a denomina “a Justa”, pois ela respondeu: “Também não terei piedade ou misericórdia de ti!”. Resoluta, a mulher “...sacrificou-o ali mesmo, perante o Deus das alturas”. Quase que imediatamente, os cruzados arrombaram a porta, viram-na agonizando, e perguntaram onde estava escondido o seu dinheiro. Mas, ao verem as crianças mortas, “espancaram-na e mataram-na sobre eles, e sua alma pura expirou” (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 88). A matança ainda durou dois dias. * Com algum dos seus – e graças à ajuda do arcebispo Rothard, o “pusilânime”, segundo Falbel – o rabino Kalonymus ainda conseguiu fugir à noite com cerca de cinqüenta judeus, através do rio Reno, para o burgo de Rudesheim. Ali pediu asilo ao arcebispo da cidade que, muito satisfeito, se alegrou por ele ainda estar vivo, e prometeu salvá-lo, juntamente com aqueles que com ele se encontravam. Contudo, logo a seguir ponderou que não tinha como salvá-los, a não ser que se convertessem; do contrário, que “carregassem o pecado de seus antepassados”. O rabino respondeu: “Tuas palavras são verdadeiras e corretas, que não tens força para nos ajudar”, e pediu uma noite para decidir. Ao consultar sua comunidade, contudo, o rabino e os seus decidiram pelo sacrifício. Kalonymus foi o primeiro a dar o exemplo: beijou e matou seu filho José. Ao saber disso, o bispo ficou muito irritado, disse que não desejava mais ajudá-los – e contou aos aldeãos o ocorrido. Estes decidiram então juntarem-se aos cruzados e matar os últimos sobreviventes de Mainz (Crônica de Salomão bar Sansão, em FALBEL, 2001: 98-99). E assim, os cruzados “profanaram em nome do pendurado”. Conclusão Imagem 13 Tipos de vestimentas e emblemas de judeus medievais franceses do século XII. Paris, Biblithèque Nationale, ms. Français 820, fol. 192. In: Encyclopaedia Judaica 1971, Vol. 4, col. 65 (Jewish Encyclopedia 1901-1906). À medida que a Idade Média se aproximou de seu entardecer, de modo geral, a intolerância cresceu (COSTA, 2004). A condição social dos judeus conseqüentemente piorou, como bem sublinha Maurice Kriegel (2002: 37). Do antijudaísmo nascido nas cruzadas, a civilização ocidental caminhou a passos largos para o anti-semitismo, palavra originada somente no século XIX (ARENDT, 1989: 17-143), a ponto de Karl Marx (1818-1883), ele próprio um judeu, afirmar, em um vigoroso e ácido texto seu de natureza anti-semita (A questão judaica, de 1844), que os judeus eram anti-sociais, egoístas (pois só pensavam em seus interesses e benefícios), tinham como Deus secular o dinheiro e a letra de câmbio, que um judeu apenas tolerado em Viena decidia, com seu poder monetário, a sorte de todo o Império Austro-Húngaro, e que o cristianismo era o pensamento sublime do judaísmo, “assim como o judaísmo é a aplicação prática vulgar do cristianismo” (MARX, 1991: 55-62). Do ponto de vista compreensivo-histórico, o extermínio nazista do século XX só dificultou ainda mais o estudo histórico das relações entre as duas religiões e a análise do importante papel do judaísmo na construção do mundo contemporâneo. Assim, como entender uma atrocidade ocorrida há mais de novecentos anos? Como historiadores, devemos nos abster de julgar os fatos históricos, como tantos hoje apregoam? A compreensão impede o julgamento? Essas perguntas devem ser respondidas antes de concluirmos essa breve investigação. Em nossa consideração, é impossível não julgar com extrema severidade os massacres do Reno: fazer História sem juízo é uma temeridade, pois nosso reconhecimento do passado implica necessariamente o conceito de julgamento (GINZBURG, 2003). Ademais, nenhuma sociedade age sem algum sentido do certo e do errado (“...mesmo Hitler sabia que o Holocausto era imoral, ou não teria feito esforços para escondê-lo”, GADDIS, 2003: 141), e o sucesso com que o relativismo histórico é acolhido atualmente nos círculos acadêmicos é um imenso retrocesso ético, significativo sinal dos tempos hodiernos. Embora o processo de estranhamento entre cristãos e judeus só crescesse, do final do Império Romano do Ocidente até o início do século XI, embora houvesse, de fato, uma cultura geral ainda bastante embrutecida, bem como os empréstimos a juros praticados pelos judeus causassem muita antipatia nas massas e, embora a teoria antieconômica cristã, defendida pela Igreja, involuntariamente só acirrasse, ainda mais, as diferenças entre as práticas sociais das duas religiões, o fato é que, como vimos, até mesmo os contemporâneos letrados cristãos registraram com severidade os atos praticados pelo conde Emich. Em outras palavras, mesmo para a época, aquela selvageria foi vista como um ato bárbaro, pois os clérigos medievais tinham, em que pesem as circunstâncias, uma notável noção do certo e do errado. Ademais, a pregação da passagem (esse era o termo utilizado pelos medievais para se referirem à cruzada), isto é, da peregrinação armada aos lugares santos atacados para novamente possibilitar aos crentes uma viagem segura, foi acompanhada de uma notável preocupação da Igreja com o antijudaísmo das massas. Não por acaso, Bernardo de Claraval, um dos espíritos mais vigorosos da época – e mal visto por parte da historiografia atual, que, anacronicamente, o considera o defensor de uma espécie de jihad católica (BERLIOZ, s/d) – saiu em defesa dos judeus, avisado que fora dos excessos cometidos por salteadores entre os cruzados, e chegou mesmo a peregrinar pessoalmente àquela região para tentar pôr fim aos massacres (COLOMBÁS, 1993: 163). De qualquer modo, o fato é que os pogroms de 1096 inauguraram novos e difíceis tempos na sociedade do ocidente medieval para os judeus: a partir de então, progressivamente, a vida seria cada vez mais penosa para as comunidades judaicas. O martiriológico das Crônicas Hebraicas serviria como uma forte lembrança de sua consciência de grupo religioso, que os diferenciavam dos goim, do resto do mundo. Aquele maio sangrento nunca deveria ser esquecido. Através das Crônicas Hebraicas, os hediondos crimes do conde Emich II von Leiningen contra os judeus renanos ficaram marcados indelevelmente na memória do povo escolhido. Mas o pior ainda estava por vir. FONTES - FALBEL, Nachman. Kidush Hashem. Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas. São Paulo: Edusp, 2001. SAN AGUSTÍN. Obras de San Agustín (Obras apologéticas). Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), 1948, tomo IV. SAN BERNARDO. Obras completas VII. Cartas. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), MCMXC. Florida Holocaust Museum. 1. Antisemitism. Virtual History Wing. Internet Jewish History Sourcebook. MARX, Karl. A Questão Judaica. São Paulo: Editora Moraes, 1991. 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Charles Bronson

Charles Bronson, nome artístico de Charles Dennis Buchinsky, (Ehrenfeld, 3 de novembro de 1921 — Los Angeles, 30 de agosto de 2003) foi um ator americano. Biografia Filho de um mineiro lituano (de ascendência tártara lipka), Bronson cresceu na Pensilvânia sem falar uma palavra de inglês. Apesar de ter completado o segundo grau, era esperado que ele se juntasse ao pai e seus irmãos no trabalho em minas de carvão. Porém, foi no cinema que ele se projetou e, apesar da longa carreira, que teve início nos anos 50, somente ganhou popularidade na década de 1970[1]. Nessa fase, ficou conhecido como "o homem de poucas palavras e muita ação", pelas características de seus personagens. Antes mesmo de participar de qualquer filme, Bronson somente pôde conhecer o mundo, além do local onde cresceu, quando serviu no exército americano, durante a Segunda Guerra Mundial, dirigindo caminhões. Bronson se casou com três mulheres: a primeira foi Harriet Tendler, com quem ficou casado de 1949 a 1967 e com quem teve dois filhos; a segunda foi a atriz Jill Ireland, de 5 de outubro de 1968 a 18 de maio de 1990, até a morte dela, e com quem teve uma filha; a terceira esposa foi Kim Weeks, e o casamento durou de 22 de dezembro de 1998 até a morte dele, em 2003. Também é importante mencionar que em seu retorno do exército, teve um breve romance com uma loira espanhola chamada Esther, cuja história acabou quando ela voltou para seu país, deixando uma lembrança na memória do ator como ele disse certa vez, ter sido seu primeiro amor. Bronson sofria do Mal de Alzheimer e morreu em conseqüência de uma pneumonia aos 81 anos. Encontra-se sepultado em Brownsville Cemetery, West Windsor, Condado de Windsor, Vermont nos Estados Unidos.[2] Carreira no cinema Bronson começou no cinema nos anos 1950, com filmes como You're in the Navy Now (1951), e The People Against O'Hara (1951), sem ter seu nome creditado. Ao passar a aparecer nos letreiros, usou ainda o nome de nascimento (Buchinsky). Começou a assinar Bronson em 1954, a partir do filme Drum Beat. Iniciou a fase de sucesso nos anos 1960. Apesar da relativamente pequena participação no filme Sete homens e um destino, ficou conhecido quando esse western passou a ser considerado um dos melhores da década. Depois de atuar em filmes de aventura como Robur, o conquistador, de 1961, Fugindo do Inferno (1963) e Os doze condenados, de 1967, Bronson foi para a Europa em 1968, onde atores de filmes de ação estavam obtendo melhores oportunidades. Neste ano, ele filmou Os canhões de San Sebastian, Era uma vez no oeste e Adeus, amigo, este último com Alain Delon. Seguiram-se O Passageiro da Chuva, de 1969, Os visitantes da noite, de 1970, Sol vermelho, de 1971, e nova parceria com o francês Delon, e O segredo da Cosa Nostra, de 1972. Estrela de Charles Bronson na Calçada da Fama. Nos anos 1970, Bronson voltaria aos Estados Unidos e faria sucesso como o maior astro dos filmes de ação. Seu primeiro grande filme nesse nova fase foi Assassino a preço fixo, de 1972, no qual interpretou um assassino profissional. No filme Fuga audaciosa, de 1975, é mostrado um plano de fuga de uma prisão, utilizando-se um helicóptero que, pilotado por Bronson, pousa no pátio de um presídio e resgata o prisioneiro interpretado por Robert Duvall. A cena se tornou famosa no Brasil, pois teria inspirado a fuga do bandido Escadinha, que usou o mesmo estratagema para fugir do presídio carioca da Ilha Grande, em 1985. Mas, o maior "empurrão" em sua carreira foi com o clássico Desejo de Matar, de 1974, que o consagrou na pele de "Paul Kersey", um pacato arquiteto da cidade de Nova Iorque, que tem sua mulher morta e sua filha estuprada por três bandidos e passa a agir como um "vigilante", perseguindo os criminosos nas ruas à noite. Desejo de matar teve mais quatro seqüências: Desejo de Matar 2 (1982), Desejo de Matar 3 (1985), Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown (1987) e Desejo de Matar 5 (1994). Charles Bronson foi dublado no Brasil na maioria de seus filmes pelo também falecido Garcia Neto (1932-1997). [editar]Personagens mais conhecidos Gaita (ou Harmônica), de Era uma vez no Oeste. Paul Kersey, da série cinematográfica Desejo de Matar.Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Charles Bronson, em 1987, no Festival de Cannes. Nome completo Charles Dennis Buchinsky Outros nomes Charles Buchinski Chas. Buchinski Charles Buchinsky Nascimento 3 de novembro de 1921 Ehrenfeld, Pensilvânia Estados Unidos Morte 30 de agosto de 2003 (81 anos) Los Angeles, Califórnia Estados Unidos Ocupação ator Cônjuge Harriet Tendler (1949 - 1967) Jill Ireland (1968 - 1990) Kim Weeks (1998 - 2003) Atividade (1949 - 1999)